O Projeto de Extensão Teatro nas Escolas está vinculado ao Curso de Teatro - Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas e tem por objetivos: estimular o desenvolvimento da criatividade e ampliação do imaginário na criança e adolescente através do contato direto com jogos e exercícios teatrais e promover a prática no ensino de teatro aos acadêmicos envolvidos.

Coordenação
: Prof.ª Fabiane Tejada da Silveira; Profª Vanessa Caldeira Leite.


Bolsistas: Acadêmicos Dionata Lopes;
Andrea Guerreiro; Ingrid Duarte

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Relato do projeto na Escola Dr. Alcides de Mendonça Lima

Objetivos da oficina:
Através dos jogos teatrais e improvisação possibilitarem aos alunos a vivencia do fazer teatral explorando a criatividade, a voz, o corpo tanto como atores como também expectadores.

Trabalhamos com jogos focando no Quem, Onde, O que;
Improvisação livre;
Aquecimento;
Jogos de entrosamento/interiorização;
Jogos de atenção;
Jogos de sensibilidade;
Jogos de criação;
Jogos de ritmo.

Observações: Todas as oficinas são iniciadas com jogos de aquecimento.
As avaliações são feitas ao final de cada jogo, em grupo, por meio de diálogos em que os alunos avaliavam os jogos, relatando suas impressões, identificando os objetivos e debatendo meios de solucionar os problemas. Ao final de cada oficina um prevê relato do geral. 

Avaliação/ reflexão final:
Neste ano dei primeiro passo para uma experiência da pratica na escola, o que pra mim foi muito enriquecedor, a convivência semanal com estas crianças trouxeram os verdadeiros desafios que enfrentarem quando profissional; como a falta de disciplina em relação a horário e/ou respeito com o próximo, a falta de comprometimento, a insatisfação, a frustração que os alunos têm quando se deparam com um teatro oposto ao que imaginavam, timidez ou quando é ativo demais , todos estes aspectos entre outros mais positivos  fazem um grupo especifico, porem me faz refletir em outros bem diferentes que encontrarei  durante  esse percurso de arte-educadora.Esta experiência foi que me motivou a continuar esta difícil e prazerosa jornada.
As crianças, a principio, relataram o interesse pelo produto final e insistiram muito, mas com o decorrer das oficinas foram percebendo que o produto final só será satisfatório se a oficina acontecer, se este processo for respeitado pois através dele as crianças vão se familiarizando com a linguagem teatral. No decorrer das oficinas elas demonstraram curiosidade em todos os aspectos do teatro, muito interesse, sendo participativas, na maioria das vezes quando pedia um voluntario era muito admirável a espontaneidade quando vários se voluntariavam querem realmente participar. A cada dificuldade eles buscaram se superar, se dedicaram a cada tema, colocaram suas opiniões, e faziam sugestão buscando sempre aprender, quando na verdade eu é quem estava em uma escola na condição de aprendiz.

Luana Franz

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Relato sobre Escola Alfredo Dub


Objetivos da Oficina: Permitir que alunos de ensino fundamental possam ter contato com jogos teatrais e de improvisação. Separando nitidamente o processo do produto, este sendo a ‘peça’ final. Mostrando a importância de um longo caminho antes de se propor um texto dramático. Que entendam o ‘estar em jogo’, jogar com o corpo e solucionar os problemas propostos pelos jogos, podendo estes ter relação com o cotidiano dos alunos.

Conteúdos trabalhados:
  • Aquecimento/Alongamento: Consciência do corpo, postura da coluna vertebral (como agachar ou levantar), andar preenchendo os espaços, compartilhar exercícios de aquecimento.
  • Respiração: Costo-diafragmática, sentir as costelas se separando, utilizar todo ar que entra.
  • Trabalho em grupo: Consciência coletiva, poder trabalhar com qualquer colega, sem distinção de sexo. Poder massagear, tocar e jogar em grupo. Fisicalização de objetos, percepção do ambiente e das pessoas que nele vivem.
Avaliação Final:

Ser professora de uma turma que você nem sabe como se comunicar no primeiro dia e na despedida você faz uma roda de conversa sem ajuda de um intérprete é realmente algo grandioso. Foram dias de muita aprendizagem. De conhecimento de uma nova cultura, dos estudos surdos, da comunidade surda e seus direitos e lutas.

Essas oficinas e o próprio Projeto Teatro nas Escolas são exemplos das diversas formas que o teatro pode entrar na comunidade escolar e na sociedade. Tenho sempre a preocupação de que os alunos estejam confortáveis com os jogos que estão fazendo, que gostem e se divirtam. Claro que não é sempre assim, mas para que os erros fossem menores, fazíamos uma avaliação a cada fim de aula para saber se estavam gostando dos jogos. O que interessante foi que jogos propostos bem no início foram lembrados e feitos novamente. Eles gostavam bastante do ‘Eu amo você, porque...’ e sempre pediam para fazê-lo, o bom era que meu vocabulário aumentava ao passo que eles se envolviam num jogo que lhes dava prazer.

Embora a maioria dos exercícios fosse feitos por uma dupla de meninos e uma de meninas, após um certo tempo eles foram se permitindo jogar entre si e comigo também, pois no início tinham vergonha de tocar em mim. Entrei com um objetivo de fazer um teatro onde surdos e ouvintes pudessem interagir e acabei percebendo que podia fazer simplesmente um teatro de surdos, com os assuntos surdos.

Outro ponto positivo de nossas conversas era que podia trazer para a oficina assuntos de ordem global e discutir com eles e usar isso em cena. Entender as formas alternativas que um surdo vive neste mundo de ouvintes. Utilizar a precisão das mãos para fisicalizar objetos e fazer espaços imaginários virem à tona: “O teatro está inserido no cotidiano do surdo em suas expressões faciais e corporais”. Ainda mais envolvente foi aprender jogos com eles, jogos próprios da cultura surda, com sinais.

No entanto, entre todas essas positividades pude também passar pelo preconceito de ser uma ouvinte em meio a surdos, que é o reflexo da opressão que outrora passaram. Mesmo assim continuo pesquisando e tentando interagir pelo encanto que eles me causaram, pela vontade de aprender e passar meus poucos conhecimentos até então de teatro na educação. Comentários breves de uma nada breve jornada interior de autoconhecimento e conhecimento alheio. Percepção de que alunos de, 14, 15, e 17 anos podem respeitar sua aula e interagir com ela e aceitar seus conselhos. 

Andressa Lopes




[1] Movimento surdo em prol da educação e cultura surda. Setembro azul Rio Grande do Sul. Disponível em:  http://setembroazulrs.blogspot.com/


Grupo Oscarito: A Evolução





Objetivos da oficina:
A oficina tem por objetivo estimular a criatividade e espontaneidade dos alunos. Ao realizarem os jogos de improvisação eles têm que pensar rápido em uma solução ou em uma resposta, assim sem perceberem eles acabam sendo espontâneos e criativos.

Outro fator importante é a questão da comunicação. Alunos que fazem teatro tendem a ser mais comunicativos e a se expressarem melhor.

Formar espectadores de teatro. Espera-se que ao final da oficina, os alunos participantes passem a ir mais vezes ao teatro e que sejam espectadores mais críticos. Com os aprendizados que tiveram durante o ano  já são capazes de saber o que é bom e o que é ruim. Já conseguem assistir a uma peça de teatro e dizer, não apenas se gostou ou não, porem do que gostou e do que não gostou. O que poderia ser melhorado ou então como foi a interpretação dos atores,...

Conteúdos trabalhados:
  • Improvisação
  • Interpretação
  • Adaptação de texto
  • Encenação
  • Presença de palco
  • Expressão corporal
  • Trabalho em grupo
  • Critica teatral

Avaliação final:
No início do ano letivo de 2011, comecei a ministrar oficinas teatrais na escola Joaquim Duval. Já havia tido um contato com o grupo de teatro da escola no fim do ano de 2010, quando comecei a participar do processo de montagem da minha colega de faculdade Dagma (professora da escola), como assistente de direção. Porém, neste ano tive a minha primeira experiência de dar aula sozinha.
Nas primeiras oficinas dava somente jogos teatrais e improvisações, mas o meu objetivo era fazer com que os alunos compreendessem mais o universo teatral, que aprendessem como se faz uma peça, que soubessem algumas técnicas teatrais, que aprendessem o que é ser um ator, um diretor, um cenário, um figurino. Aos poucos, além dos jogos teatrais, comecei a introduzir algum texto como base para as improvisações. Pedi a eles que começassem a pensar em um cenário e um figurino.   Fui dando dicas de presença de palco, de projeção de voz,... E naturalmente eles foram aprendendo, tanto que começaram a ensinar para os novos alunos que chegavam no grupo.
Com o tempo eles começaram a trazer sugestões de jogos, de peças para montagem. Foram também fazendo adaptações de texto e escrevendo algumas cenas de autoria deles. Uma das meninas me pediu um dia para propor o aquecimento, eu deixei, claro.
Quase sempre quando eu chegava na escola eles já estavam no auditório (local onde acontece as oficinas) jogando o “transformer” que é o jogo preferido deles ou discutindo alguma cena, passando o texto.
Porém, agora que já estávamos chegando ao fim do ano e queríamos mostrar algum trabalho, os alunos entraram em discordância. Acho que por estarem tão envolvidos com o trabalho, todos pesquisavam textos e figurinos para a peça e quando chegava a hora de ensaiar, claro, cada um tinha um idéia diferente e ninguém queria ceder. Então, não saíamos do mesmo ponto e eles decidiram que não queriam montar mais aquela peça, mas já não tínhamos mais tempo de pesquisar outra coisa para montar até o fim do ano.
Então, a Dagma sugeriu que todos participassem da montagem de Medéia, como auxiliares de direção e no que mais fosse preciso como iluminação, sonorização, maquiagem, enfim todo o trabalho de bastidores. Eles aceitaram ficar fora do palco, até porque sabiam que tinham feito coisa errada. Em um trabalho de grupo não se pode pensar no individual. Se a idéia do colega é melhor que a minha tenho que aceitar, pois é melhor para a peça e para o grupo.
Apesar de todas as dificuldades que surgiram na escola durante o ano, da escola não dar o apoio necessário, de enfrentarmos problemas de sala suja e desorganizada, foi muito produtivo tanto para mim, quando para os alunos participar das oficinas.

O projeto Teatro nas Escolas me proporcionou um contato com as salas de aula antes do estagio, o que é ótimo, pois quando estiver no estagio já vou ter alguma experiência e não será tão difícil. Além disso, é maravilhoso poder levar o teatro, essa arte tão linda que esta sendo esquecida, para as escolas. Durante toda a minha vida escolar passei por três escolas e nenhuma delas tinha teatro, dança ou música e eu sentia muita falta disso. Então, acho importante que se tenha alguma arte na escola, não de forma obrigatória, mas que esteja disponível para quem se interessar.

Ândrea Guerreiro Fonseca.

domingo, 6 de novembro de 2011

Oficina para professores da Zona Rural



No dia 14 de setembro, os bolsistas do projeto de extensão teatro nas escolas Andrea Guerreiro, Dionata Lopes e Ingrid Duarte ministraram uma oficina de teatro para professores da Zona Rural de Pelotas e região, atendidas pela 5ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Cerca de 25 professores participaram desse encontro.
Na parte da manhã foi realizado uma breve explicação de como funciona o projeto Teatro nas Escolas, seus principais objetivos, quantas escolas atendemos e quais os referenciais teóricos que usamos. Em seguida, trabalhamos sobre a importância do Teatro na Educação, a partir dos seguintes itens:

•elementos constituintes e importantes no teatro;
•os sete aspectos da espontaneidade (Viola Spolin);
•debate sobre as experiências de cada um, com o enfoque na Arte e no Teatro na escola.


Também foi feito uma dinâmica com o nome de TEIA, na qual todos os professores foram se apresentando e passando um carretel de linha de mão em mão conforme iam falando a escola que atuavam, série e demais informações que achassem relevantes.
Durante a tarde partimos para a prática onde aplicamos alguns jogos teatrais da Viola Spolin, Augusto Boal, entre outros, seguindo o planejamento:

•Dinâmica do VERBO E NOME:
O grupo fica em pé formando um círculo. A primeira pessoa fala seu nome e algo que gosta e depois algo que não gosta de fazer. A pessoa ao lado fala tudo o que o outro disse e acrescenta mais o seu nome e outros dois verbos (o que gosta e o que não gosta de fazer). E assim sucessivamente, todos fazem a mesma coisa até chegar ao final do círculo. Importante: quando alguém esquecer algum dos verbos dos colegas anteriores, os outros podem ajudar, não usando a fala, mas sim expressando a ação com o corpo.

•Alongamentos:
Exercícios corporais simples.

•Aquecimento:
Caminhando pelo espaço: trabalhando planos, direções, numerações, forças da natureza, espaço, percepção e intenções.

•Transformando um objeto (uma folha de papel):
Cada pessoa quando pega a folha de papel, e a faz ser qualquer coisa, interagindo com o objeto que criou. Quando compreendido por todos qual é o objeto elaborado, esta pessoa passará a folha adiante para o próximo participante transformá-la em outra coisa.

•História continuada com o pacote de estímulos:

Em grupos de no máximo quatro pessoas, um começa falando uma história qualquer até ser interrompido por um dos ministrantes da oficina com a palavra “TROCA”. Quando o grupo ouvir esta palavra, rapidamente outra pessoa do grupo continuará narrando esta história. IMPORTANTE: durante o jogo, haverá um pacote com objetos aleatórios onde o grupo começará a tirar esses objetos de dentro do pacote, para assim estimular mais idéias para as histórias.

•Ação e Narração:
Semelhante ao jogo anterior, aqui o grupo tem que falar as histórias, até o ministrante dizer “TROCA”. Quando isso ocorrer, outra pessoa assume a parte de falar a história, sendo que os outros estão ENCENANDO essa história.

•Quem, Onde, O quê:
O grupo ganha um papelzinho escrito com “o quem” (personagens da improvisação), ou “o que” (a ação principal que tem que acontecer durante a improvisação), ou “o onde” (lugar no qual ocorrem as ações feitas pelos personagens). O objetivo é mostrar para o resto do grupo o lugar, ou a pessoa, ou a ação que está sendo mostrada na improvisação.



No final fizemos um relaxamento e pedimos aos professores que fizessem um memorial descritivo a respeito de suas impressões sobre a oficina.
Foi bem interessante essa experiência de ministrar uma oficina para professores pois, nossas experiências eram focadas em crianças e adolescentes e foi totalmente diferente e prazeroso trabalhar com elas. Apesar dos adolescentes serem menos travados e envergonhados, os professores das Zonas Rurais receberam muito bem nossas práticas teatrais, participaram de todos os jogos que propomos e mesmo não tendo nenhuma experiência com o teatro, não tiveram grandes dificuldades para realizarem os jogos.

Andrea e Dionata